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05
Mar

III Conferência Nacional da Mulher Advogada começa com minuto de silêncio em homenagem a vítimas de feminicídio

O presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas de feminicídio na abertura oficial da III Conferência Nacional da Mulher Advogada, em Fortaleza, nesta quinta-feira (5/3). Santa Cruz fez referência direta a um caso ocorrido na última madrugada em Curitiba, com o assassinato a tiros da escrivã da Polícia Civil Maritza Guimarães de Souza, 41 anos, e de sua filha, Ana Carolina de Souza, de 16 anos. O suspeito do crime é o marido de Maritza, delegado Erik Busetti. Também foram lembrados no ato memória das vítimas os assassinatos das advogadas paranaenses Tatiane Spitzner, em julho de 2018, e Angelina Silva Guerreiro Rodrigues, em abril de 2019.

Escalada

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o número de assassinatos no país caiu 19% de 2018 para 2019. Na contramão dessa tendência, a morte de mulheres está crescendo. Dados apurados pelo portal G1 em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) e o FBSP indicam que os casos de feminicídio cresceram 7,3% no Brasil de 2018 para 2019. No ano passado 1.314 mulheres foram mortas pelo fato de serem mulheres, o que resulta na alarmante média de de mais de 3 feminicídios no país a cada dia.

De acordo com uma pesquisa realizada no passado pelo Datafolha, cônjuges, ex-cônjuges e vizinhos são os principais agressores das mulheres. Dentre as 536 mulheres ouvidas, 27,4% disseram que sofreram algum tipo de agressão no último ano e 76,4% das vítimas afirmaram que o agressor era alguém conhecido. No levantamento anterior, com dados referentes a 2016, eram 61%. Dentre as agredidas, 23,8% apontaram os cônjuges, companheiros ou namorados como responsáveis. Outras 21,1% foram atacadas por vizinhos e 15,2% indicaram ex-companheiros como agressores.

Outro dado preocupante levantado pelo Datafolha aponta que 42% das vítimas são atacadas dentro de suas próprias casas. A rua aparece como o segundo local mais frequente de violência, em 29,1% dos casos. Dentre as entrevistas que afirmaram ter sofrido agressões, 8,2% indicaram ter sido vítimas de violência no mundo virtual.

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