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01
Out

Justiça nega indenização a filho de Maurício de Souza que recebeu areia no lugar de placa de vídeo

Filho de Mauricio de Sousa comprou placa de vídeo de R$ 14,5 mil e recebeu potes de areia; ele pedia indenização de R$ 73 mil

Justiça de São Paulo decidiu, no último dia 12, que Maurício Takeda e Sousa, filho do cartunista Mauricio de Sousa, não tem direito a uma indenização da empresa Amazon por receber potes cheios de areia no lugar de uma placa de vídeo de R$ 14,5 mil que havia comprado pela internet.

O vídeo de Maurício abrindo a encomenda, feita em julho de 2022, viralizou nas redes sociais na época. Na gravação, ele diz ter ligado para o serviço de atendimento da Amazon e recebido apenas um link para deletar sua conta. Maurício recebeu o produto correto 19 dias depois.

Maurício pedia uma indenização de R$ 73 mil, alegando que sofreu com crises de ansiedade e deixou de fazer uma viagem em decorrência do erro no envio do produto.

A decisão da 26ª Câmara de Direito Privado de São Paulo, que negou o pedido de indenização, confirmou o entendimento do juiz de 1ª instância Renato Siqueira de Pretto, da 10ª Vara Cível de São Paulo.

Os desembargadores Carlos Dias Motta, Maria de Lourdes Lopez Gil e Vianna Cotrim entenderam que o prazo de 19 dias para a entrega do produto correto foi “razoável”. Segundo eles, o envio dos potes de areia representa um “mero aborrecimento, não havendo que falar em dano moral”.

Na sentença de 1ª instância, proferida em abril, o juiz Renato Siqueira de Pretto afirmou que não ficou caracterizado o “mau atendimento”.

“Apesar de a parte autora ter recebido, em um primeiro momento, três potes de areia no lugar do produto adquirido pelo site da ré, não se evidencia o mau atendimento”, diz o juiz. “Além de a requerida ter enviado o produto correto dentro em 19 dias depois do fatídico episódio, ela também assistiu o requerente até a efetiva solução do problema, assumindo os danos advindos da entrega executada pelo parceiro comercial”, completou.

Em seu perfil no Instagram, Maurício reclamou do resultado do julgamento e desejou “boa sorte” a clientes da Amazon que eventualmente venham a passar pelo mesmo transtorno.

“Perdi a ação e recurso contra a Amazon. Receber uma caixa de areia mijada, ter tido uma das piores crises de ansiedade da vida e ter que me expor nas redes sociais para que resolvessem o golpe, para a Justiça não passou de um ‘mero aborrecimento’. Boa sorte aos que passarem por alguma situação parecida.”

Renan Porto - Metrópoles

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