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11
Dez

Tribunal de Justiça suspende derrubada de mais de 10 mil árvores em SP

O corte da vegetação seria usado para ampliar central de tratamento de resíduos na zona leste da capital

Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu suspender, por meio de uma liminar, as licenças ambientais e os termos de cessão de uso do terreno para a ampliação da Central de Tratamento de Resíduos Leste (CTL), localizada em São Mateus. A ação foi proposta pelos vereadores Hélio Rodrigues e Nabil Bonduki, que alegam que a área foi cedida sem que o município tivesse a titularidade do domínio e que as licenças foram concedidas em desacordo com o Plano Diretor Estratégico. A Prefeitura de São Paulo, por sua vez, ainda não recebeu notificação sobre a decisão judicial. Em declarações anteriores, a administração municipal defendeu que o projeto atende às exigências ambientais e que sua implementação resultaria em um aumento na reciclagem e na diminuição dos resíduos enviados para aterros.

Atualmente, tramita na Câmara Municipal um projeto de lei que visa alterar o Plano Diretor para viabilizar a expansão da CTL. Essa proposta inclui a criação do Ecoparque Leste, que demandaria o corte de mais de 10 mil árvores, sendo 981 delas nativas. A decisão do Tribunal impede, por ora, a derrubada das árvores na área em questão. A região onde se pretende realizar a ampliação está classificada como uma “Macroárea de Preservação de Ecossistemas Naturais”, o que implica a necessidade de preservação total. Além disso, a licença ambiental não faz menção às nascentes do Rio Aricanduva, e não foram apresentados estudos que avaliem o impacto ambiental da obra.

Os vereadores envolvidos na ação criticam a Prefeitura e a concessionária por supostamente fracionarem o licenciamento ambiental. Moradores e ambientalistas expressam preocupações em relação à poluição e aos possíveis rejeitos tóxicos gerados pela Unidade de Recuperação Energética (URE). A empresa Ecourbis, responsável pelo projeto, afirma que suas unidades contam com sistemas modernos para o tratamento de emissões.

O projeto de lei em discussão determina que a Ecourbis expanda o centro de tratamento e implemente o ecoparque. Recentemente, a empresa teve seu contrato de concessão renovado por mais 20 anos, o que inclui a previsão de instalação de quatro incineradores na cidade ao longo desse período, sendo um deles localizado no Ecoparque Leste.

Especialistas têm criticado a dependência de aterros sanitários e enfatizado a importância da mobilização da população para a correta segregação de resíduos. A Ecourbis, por sua vez, argumenta que a utilização de aterros é essencial para a destinação adequada dos rejeitos gerados na cidade.

JP NEWS

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